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Dia 1 de abril: 5 mentiras virais e intemporais sobre saúde

1 Abr 2024 - 09:21

Dia 1 de abril: 5 mentiras virais e intemporais sobre saúde

Diz o ditado que “a mentira tem perna curta”. Mas nem sempre é assim. Quando o assunto é saúde e nutrição, há várias mentiras e fake news tão virais – nos meios online, nas redes sociais e na sabedoria popular – que se transformam, para muitos, em verdades absolutas, influenciando escolhas alimentares e decisões de vida, com impacto na saúde individual e pública. O Viral reuniu cinco delas, neste dia 1 de abril, conhecido como o dia das mentiras.

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Mentira n.º 1: As vacinas causam autismo

mentiras sobre saúde

Não há evidência científica que prove que as vacinas causam autismo. Mas esta mentira já dura há mais de 25 anos, sendo um dos principais argumentos dos movimentos antivacinação e uma das razões que leva algumas famílias a terem receio de vacinar as crianças.

Como se explica neste artigo do Viral, este mito surgiu quando, no final dos anos 90, um estudo publicado na revista Lancet – que tinha como investigador principal Andrew Wakefield – levantou a hipótese de a toma da vacina tríplice viral (contra o sarampo, a papeira e a rubéola) estar associada ao desenvolvimento de perturbações do espectro do autismo.

No entanto, além de essa hipótese ter sido contrariada (e nunca provada) em várias investigações, o estudo de Wakefield foi desacreditado e considerado fraudulento, devido a problemas metodológicos e éticos na realização da investigação.

Mentira n.º 2: Beber água com limão em jejum emagrece

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A água com limão é a estrela de várias fake news intemporais sobre saúde. A mais comum é a ideia de que a combinação destes dois ingredientes e a ingestão desta bebida em jejum tem efeitos positivos no emagrecimento e na queima de gordura localizada.

No entanto, não há nada que prove os resultados supostamente milagrosos desta bebida. Aliás, não há nenhum alimento que, por si só, tenha a capacidade de levar ao emagrecimento ou à perda de gordura localizada.

Ainda assim, tal como explicou o nutricionista Pedro Carvalho neste artigo do Viral, manter o ritual de beber um copo de água com limão em jejum, à partida, não terá um impacto negativo na saúde.

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Mentira n.º 3: Só usamos 10% do nosso cérebro

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Há mentiras tão populares que são encaradas como factos curiosos que fica sempre bem partilhar numa mesa de amigos. Uma delas é a ideia de que só usamos 10% do nosso cérebro.

Conhecida como o “mito dos 10%”, esta ideia já foi desmontada em vários artigos científicos, jornalísticos e explicativos (como este).

Tal como se pode ler neste artigo do Viral, o neurologista Rui Araújo supõe que esta ideia poderá ter origem no facto de não se saber ainda “as vias todas pelas quais o cérebro funciona, o que é que todas as áreas estão ali a fazer”. Contudo, reforça o especialista, a ideia “de que estamos a usar apenas e só um núcleo muito pequenino” do cérebro é falsa.

Mentira n.º 4: Os remédios naturais são mais seguros do que os medicamentos

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O mercado dos remédios naturais está em expansão. E para esse crescimento contribui a crença de que estes produtos são mais seguros do que os medicamentos e que têm menos efeitos secundários. No entanto, é consensual na comunidade científica que natural não é sinónimo de inócuo.

Quer se esteja a falar de cosmética, de suplementação ou do tratamento de doenças específicas, a utilização dos chamados produtos naturais também pode ter riscos para a saúde, nomeadamente a interação com outros medicamentos, reduzindo o seu efeito ou potenciando os seus efeitos secundários.

Além disso, este tipo de produtos não passa pelo mesmo processo de regulamentação e de controlo de qualidade a que estão sujeitos os medicamentos convencionais.

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Mentira n.º 5: A dieta alcalina previne ou cura o cancro

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Todos os meses, surgem online novas dietas “tendência”, muitas vezes, acompanhadas de promessas de saúde e bem-estar. Enquanto algumas delas passam de moda em pouco tempo, outras vêm para ficar. 

Exemplo disso é a dieta alcalina que, nos últimos anos, conquistou uma legião de seguidores que acredita ser possível alterar e “equilibrar” o pH do sangue ao ingerir alimentos mais alcalinos (com pH superior a 7) – como hortícolas, frutas e cereais integrais – e, assim, prevenir ou curar doenças como o cancro.

Apesar da popularidade deste regime alimentar, não há provas científicas que sustentem estas alegações. E várias organizações ligadas à investigação do cancro já vieram desmontar essa ideia.

É o caso da Cancer Research UK que, num texto publicado no seu site, expõe que, numa revisão sistemática publicada em 2016, “os investigadores descobriram que não existem provas de que uma dieta alcalina possa prevenir ou curar o cancro”.

“Os investigadores afirmaram também que uma dieta alcalina pode alterar o pH da urina para um valor mais alcalino, mas não o do corpo inteiro. O organismo regula o pH do sangue através de vários processos internos. A alimentação não o afeta”, lê-se no mesmo texto informativo.

Esta fake news é particularmente perigosa se a adoção de uma dieta alcalina for acompanhada de um abandono do tratamento convencional.

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